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2012 - Livro Vermelho 2013

Eriosorus insignis (Kuhn) A.F.Tryon EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 27-06-2012

Criterio: B2ab(iii)

Avaliador: Rafael Augusto Xavier Borges

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Eriosorus insignis tem subpopulações sujeitas a menos de cinco situações de ameaça, com uma AOO menor que 500 km² em áreas de campo rupestre e campo de altitude. Esses hábitats têm sido reduzidos gradativamente por atividades de mineração, incêndios, especulação imobiliária e o turismo desordenado.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Jamesonia insignis (Mett.) Christenh.;

Família: Pteridaceae

Sinônimos:

  • > Gymnogramma insignis ;
  • > Eriosorus insignis ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Distribuição

A espécie ocorre nos Estados Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná (Prado, 2012).Em Minas Gerais a espécie foi encontrada em altitudes entre 1700 e 2030 m (Viveiros, 2010). Condack (2006) registrou a ocorrência desta espécie entre 1000 e 2300 m de altitude no Parque Nacional do Itatiaia.Segundo Tryon (1962) a espécie é considerada rara no Parque Nacional do Itatiaia - RJ

Ecologia

A espécie é uma erva, terrícola, ocorre em campo de altitude e floresta ombrófila úmida da Mata Atlântica (Prado, 2012).Os registros botânicos indicam que a espécie habita sobre rocha de ilhas de vegetação, em locais sombreados como os vales de montanhas e em vegetação úmida de floresta ombrófila densa alto montana (CNCFlora 2012).Em Minas Gerais a espécie foi encontrada com hábito terrícola ou rupícola, em locais úmidos e sombreados, dentro de floresta de encosta nebular, próximo de afloramentos rochosos (Viveiros, 2010)Também foi encontrada na Cadeia do Espinhaço, no quadrilátero ferrífero, uma das formações geológica mais antiga da Cadeia do Espinhaço sensu stricto (Salino; Almeida, 2008)

Ameaças

1.3.1 Mining
Severidade high
Detalhes A regiãocentral do Espinhaço tem como principal ameaça a atividade mineradora(Vasconcelos et al., 2008).

1.3.1 Mining
Severidade high
Detalhes A região doQuadrilátero Ferrífero em Minas Gerais é ameaçada pela atividade mineradora. Aextração do minério de ferro - cava - atinge diretamente os ecossistemas deCampo Ferruginoso, protegidos por legislação federal e estadual, classificadascomo Área de Preservação Permanente (Santos, 2010).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade high
Detalhes Os remanescente de Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro, correspondem a 18,38% da área original do bioma no Estado (SOS Mata Atlântica; INPE, 2011).

7.4 Wildfire
Incidência local
Severidade low
Detalhes O Parque Nacional do Itatiaia apresenta ao longo de sua história episódios de incêndios extensos e duradouros, como o ocorrido em 1963 que atingiu cerca de 10.000 ha, permanecendo ativo por mais de 40 dias. Aximoff; Rodrigues (2011), com base nos incêndios ocorridos em 2001 (600 ha), 2004 (600 ha) e 2007 (800 ha), sugerem padrão de ocorrência trienal para os grandes incêndios mesmo que em áreas não sobrepostas (dados dos limites do incêndio de 2004 não foram encontrados). De maneira a reforçar esta hipótese, em 2010 o PNI teve mais de 1.100 ha de campos de altitude queimados em um único incêndio (Aximoff, 2011).

10.1 Recreation/tourism
Severidade very low
Detalhes Por sua expressiva beleza cênica e atrativos naturais,a Cadeia do Espinhaço vem se constituindo num alvo de mudanças sócio-espaciais ocasionadas pelo afluxo cada vez maior de visitantes e turistas, além da crescente ocupação caracterizada pelas segundas residências de lazer. O fluxo turístico e ocupação exógena adquiriu expressão a partir do final dos anos sessenta e vem aumentando significativamente nos dias atuais (Oliveira, 2002; Madeira; Ribeiro, 2009).

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: "Deficiente de dados" (DD), segundo a Lista vermelha da flora do Brasil, anexo 2 (MMA, 2008)

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: A espécie ocorre nas seguintes unidades de conservação (SNUC): RPPN Santuário do Caraçá, Parque Estadual de Ibitipoca, MG, Parque Nacional do Itatiaia, RJ (CNCFlora, 2011)

Referências

- OLIVEIRA, H.G. Construindo com a paisagem: um projeto para a Serra do Cipó. In: MURTA, S.M.; ALBANO, C. Interpretar o patrimônio: um exercício do olhar. Belo Horizonte, MG: UFMG; Território Brasilis, p.225-237, 2002.

- TRYON, A. F. A monograph of the fern genus Eriosorus. : , 1970.

- TRYON, R. M. Pityrogramma (including Trismeria) and Anogramma. Contributions from the Gray Herbarium of Harvard University, v. 189, p. 52-76, 1962.

- PRADO, J. Pteridaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB092020>.

- VASCONCELOS, M. F.; LOPES, L. E.; MACHADO, C. G.; RODRIGUES, M. As aves dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço: diversidade, endemismo e conservação. Megadiversidade, v. 4, n. 1-2, p. 197-217, 2008.

- SALINO, A.; ALMEIDA, T. E. Diversidade e conservação das pteridófitas na Cadeia do Espinhaço, Brasil. Megadiversidade, v. 4, n. 1-2, p. 50-70, 2008.

- SANTOS, L. M. Restauração de campos ferruginosos mediante resgate de flora e uso de topsoil no quadrilátero ferrifero, Minas Gerais. Tese de doutorado. Belo Horizonte, MG: Universidade Federal de Minas Gerais, 2010.

- CONDACK, J. P. S. Pteridófitas ocorrentes na região alto montana do Parque Nacional do Itatiaia: análise florística e estrutural. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro, RJ: Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2006.

- VIVEIROS, R. S. Pteridófitas da serra do Caraça, Minas Gerais, Brasil. Dissertação de Mestrado. Belo Horizonte, MG: Universidade Federal de Minas Gerais, 2010.

- FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA; INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica: Período 2008-2010. 2011. 122 p.

- AXIMOFF, I. O que perdemos com a passagem do fogo pelos campos de altitude do estado do Rio de Janeiro?. Biodiversidade Brasileira, v. 2, p. 180-200, 2011.

- AXIMOFF, I.; RODRIGUES, R. C. Histórico dos incêndios florestais no Parque Nacional do Itatiaia. Ciência Florestal, v. 21, n. 1, p. 83-92, 2011.

- Base de Dados do Centro Nacional da Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2012.

- MADEIRA, J. A.; RIBEIRO, K. T. PLANO DE MANEJO DO PARQUE NACIONAL DA SERRA DO CIPÓ E ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MORRO DA PEDREIRA, Brasília, DF, p.1-92, 2009.

- SALINO, A.; ALMEIDA, T. E.; HERINGER, G. Pteridaceae. In: STEHMANN, J. R.; FORZZA, R. C.; SALINO, A.; SOBRAL, M. COSTA, D. P. KAMINO, L. H. Y. Plantas da floresta atlântica. Rio de Janeiro, RJ: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.516, 2009.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

Como citar

CNCFlora. Eriosorus insignis in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Eriosorus insignis>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 27/06/2012 - 13:01:33